A rua dos cataventos, publicado em 1940, definiu Mario Quintana como um dos maiores poetas da língua portuguesa. Apesar de ser o marco referencial na apreciação da obra do poeta, esteve durante muito tempo inacessível ao leito.
A presente publicação comemora o cinquentenário da primeira edição desta obra maior de Mario Quintana e devolve ao público o livro no seu formato original. Assim, propicia-se ao leitor reencontrar a magia que etá “entre o fumo e os cataventos”.
Abaixo temos um poema de Mario Quintana encontrado nesta sua obra:
Na minha rua há um menininho doente Na minha rua há um menininho doente. Enquanto os olhos partem para a escola, Junto à janela, sonhadoramente, Ele ouve o sapateiro bater sola. Ouve também o carpinteiro, em frente, Que um canção napolitana engrola. E pouco a pouco, gradativamente, O sofrimento que ele tem se evola... Mas nessa rua há um operário triste: Não canta nada na manhã sonora E o menino nem sonha que ele existe... Ele trabalha silenciosamente... E está compondo este soneto agora, Pra alminha boa do menino doente...