Mário de Andrade, o poeta vanguardista, entre vários Mários que existiam naquele escritor com inúmeros interesses e paixões, apareceu em 1922, quando publicou Pauliceia Desvairada. Lá está o “Prefácio interessantíssimo”, que lança as bases do Modernismo brasileiro, mas que não deixa de ser uma mostra do pensamento singular de Mário, sempre mesclando experiência e arte.
Neste volume, é reunida toda poesia de Mário de Andrade a partir de Pauliceia, Excluindo-se apenas Há uma gota de sangue em cada poema, publicado em 1917 sob o pseudônimo de Mário Sobral, que o autor, ao organizar já no final da vida sias Obras Completas pela editora Martins, reservou para Obra imatura. Do poeta experimental de 1922, que se declarava “um tupi tangendo um alaúde”, ao peta reflexivo de “A meditação sobre o Tietê, de Lira paulista, que revê toda a sua trajetória artística, estão nas Poesias Completas de Mário de Andrade as transformações de um autor inquieto, que produziu algumas das obras mais importantes da literatura brasileira do século XX.
Está edição da obra poética de Mário de Andrade que a Vida Melhor publica agora traz ainda o cuidadoso trabalho de Telê Ancona Lopes e Tatiana Maria Longo dos Santos, que recuperaram nos originais o texto fiel ao projeto do autor.
Mário de Andrade
Publicou seu primeiro livro – Há uma gota de sangue em cada poema – em 1917, ano que pode ser considerado um ensaio para 1922, quando a Semana de Arte Moderna de São Paulo mexeria com as bases da arte brasileira. Além da estreia de Mário de Andrade, em 1917 foram lançados Juca Mulato, de Menotti del Picchia, A cinza das horas, de Manuel Bandeira, e a pintora Anita Malfatti causaria escândalo com sua segunda exposição individual.
Mário se dedicou ainda à ficção, à crítica de arte e literária e à pesquisa de manifestações de cultura popular brasileira. Morreu em 1945, aos 52 anos, Deixando mais de vinte livros, entre eles o clássico do modernismo brasileiro Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, de 1928.