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Poemas Rupestres – Manoel de Barros

821.134.3(81)-1 / B278p EXEMPLARES: 01

Nesta obra, Poemas rupestres, Manoel de Barros recorre às lembranças de Mato Grosso, e de seus primeiros passos no Pantanal, para dar novos significados às palavras. O livro oferece uma oportunidade de apresentar aos leitores a vida de um dos mais importantes poetas contemporâneos. Um autor que surpreende, ao mesmo tempo em que intriga e comove ao leitor, com o despojamento de seus versos, tirados de chão, árvore, bicho, água e pedra.

Poemas Rupestres, como inscritos nas paredes das cavernas de todos nós, traz a voz sábia da infância, de uma falsa inocência estonteante cuja leitura escorre como riacho tantas vezes visitado por esta poética que nos torna meninos de novo que de tão a custo a gente se segura pra não sair pra rua pra fazer travessuras com o olhar de passarinho. Mas de repente, num verso, vem aquele travo amargor com gosto de vida real e o encantamento resvala pra consciência “vira mundo” e a poesia se transforma no road movie do poeta sábio que com sua experiência revela o que há pra ver por trás das palavras simples, das imagens claras.

O que essa poética tem é a capacidade de ver e traduzir um essencial tão ao avesso do colosso artificial da atual era do simulacro, fulcro de uma civilização medida por tonelada consumida. Ao se jeito de audição, de estória contada, se faz tato para a alma, já que “o tato é mais que o ver / é mais que o ouvir / é mais que o cheirar” e o êxtase táctil, mas também auditivo e visual , que o menino Manoel de Barros nos transmite com as suas poesias rupestres, que ficam pintadas em nossas retinas e na nossa memória muito depois de termos lido este livro.

 

https://www.youtube.com/watch?v=eB5_l2NdRLc

 

Manoel de Barros

Manoel de Barros é um poeta modesto: “Não sou biografável. Ou talvez seja. Em dez linhas. Nasci em Cuiabá, 1916, dezembro. Me criei no Pantanal de Corumbá. Só dei trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até hoje. Não acredito em nenhum. Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo. Sou fazendeiro e criador de gado. não fui pra sarjeta porque herdei. Gosto de ler e de ouvir música – especialmente Brahms. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço poesia.”

É assim que Manoel de Barros, um dos maiores poetas brasileiros vivos, resume sua biografia. Filho de fazendeiros, aos 13 anos começou a esboçar seus primeiros poemas. O livro de estréia, Poemas concebidos sem pecado, foi publicado em 1937, quando, aos 21 anos, Manoel já morava no Rio de Janeiro.

Aos 85 anos de idade e 60 de carreira, Manoel Barros não publicou muitos livros. Apenas 12. Uma média de um a cada cindo anos. Um ritmo lento que expõe o perfeccionismo de um artista que não hesita em reescrever dezenas de vezes um poema até ficar satisfeito com seu resultado.

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