Ao chegar à velhice, Lear rei da Bretanha, se vê obrigado a dividir seu reino. A maior desgraça para um monarca atingira-o: para protegê-lo e garantir sua sucessão, nenhum filho homem, apenas três filhas mulheres, Goneril, Regana e Cordélia. As duas primeiras são casadas, respectivamente, com Duque da Albânia e com o Duque da Cornualha, olhos cobiçosos por sobre as terras bretãs, enquanto que Cordélia recusa-se a casar, para permanecer ao lado do pai. Mas o assédio de estranhos pelo reino não é o mal maior do qual padece o rei. A progressiva dificuldade de discernir as atitudes e os discursos daqueles que o cercam, o embotamento da percepção da sinceridade e da falsidade humana e a suspeita errônea de onde viria a traição são os males fatais para a outrora grande monarca.
A tragédia O Rei Lear foi escrita em 1606 por William Shakespeare (1564-1616) – aquele que transformava em ouro literário os menores e maiores sentimentos humanos. Não por acaso Shakespeare deixou para criar na idade madura o seu protagonista que melhor resume o desgaste e a decrepitude que assolam o homem.
William Shakespeare
William Shakespeare nasceu e morreu em Stratford, Inglaterra. Poeta e dramaturgo, é considerado um dos mais importante autores de todos os tempos. Filho de um rico comerciante, desde cedo Shakespeare escrevia poemas. mais tarde associou-se ao Globe Theatre, onde conheceu a plenitude da glória e do sucesso financeiro. Depois de alcançar o triunfo e a fama, retirou-se para uma luxuosa propriedade em sua cidade natal, onde morreu. Deixou um acervo impressionante, do qual destacam-se clássicos como Romeu e Julieta, Hamlet, A megera domada, O rei Lear, Macbeth, Otelo, Sonho de uma noite de verão, A tempestade, Ricardo III, Júlio César, Muito barulho por nada etc.