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Concepções da Ruralidade Contemporânea: as singularidades brasileiras

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A coletânea expressa a efetiva colaboração tanto da Representação do IICA no Brasil quanto do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável em busca do desenvolvimento agrícola e do bem-estar das comunidades rurais.

Reúne artigos assinados por renomados profissionais nacionais e internacionais, com o objetivo de difundir e suscitar o intercâmbio de conhecimentos e de iniciativas bem-sucedidas de desenvolvimento sustentável no meio rural, promovidas por instituições acadêmicas, instituições governamentais e não governamentais e organizações da sociedade em geral.

Os países em desenvolvimento vivem atualmente um paradoxo no que diz respeito à valorização rural. Em geral, a ruralidade é percebida como sinônimo de atraso, de uma parcela da sociedade parada no tempo e que pouco contribui para o desenvolvimento. Precisamos trabalhar para reduzir, ou eliminar, esse gap entre um meio urbano com imagem de progressos e um meio rural visto como retrógrado.

Alguns fatores contribuem para essa percepção míope a respeito do campo. Nos jornais, vemos todos os dias, de um lado, notícias meramente economistas sobre a produção agrícola: a flutuação dos preços das commodities, o volume das safras, o poder das grandes empresas do setor. De outro lado, conflitos agrários, a questão da posse da terra, o acesso a crédito e mercado pelos pequenos produtores. Sem dúvida, esses fatores devem sim compor a imagem que o mundo forma do meio rural. No entanto, são únicos elementos dessa realidade. O campo tem muito mais a mostrar. Trata-se de uma fotografia com muito mais cores e matizes, detalhes que enriquecem a percepção e integram rural e urbano em uma sociedade mais coesa.

O projeto repensado o conceito de ruralidade no Brasil: implicações para as políticas já revelou, em primeiro lugar, a diversidade do rural brasileiro. Não há apenas um meio agrícola, mas realidades distintas do ponto fundiário, produtivo e social. Questões históricas, legais e ambientais impõem situações particulares na questão da posse da terra. Os biomas também condicionaram parde deste espectro, principalmente do ponto de vista da produção e na forma como as pessoas do campo se relacionam com a natureza. soma-se a isso, a interação entre as pessoas e delas com o meio para composição de espaços que vão além do trabalho e da sobrevivência. Tratam-se de espaços de vida, cultural e interação.

O objetivo do projeto, do qual essa publicação faz parte, é contribuir para que a visão que os brasileiros tem do campo seja mais ampla e que as políticas públicas levem em conta a diversidade do rural e o fato de, além de um espaço de trabalho e produção se tratar de espaços de vida e expressão cultural da população. Integra o mandato do IICA de trabalhar pela melhora nas condições de vida no campo, por meio da cooperação técnica em prol do homem que trabalha na terra, e da sociedade em geral, com a produção de alimentos mais nutritivos e de forma ambientalmente sustentável. Esse compromisso esta refletido no lema do IICA que é trabalhar por uma agricultura cada vez mais competitiva, sustentável e inclusa. É um desafio que, entendemos, o Brasil precisa assumir.

A agropecuária e a bioenergia oferecem uma janela histórica de oportunidades, com geração de renda, divisas e emprego; o mundo demanda cada vez mais alimentos, e o país deve estar pronto para produzir e se posicionar frente ao mundo.

O trabalho que apresentamos tem foco no rural brasileiro, mas abrange também a América Latina, com estudos de caso, e a Europa, com três pesquisas. A parte internacional do projeto nos ajuda a compor o cenário desejável e suas implicações internacionais. E também nos ajudará a disseminar a iniciativa de se repensar o rural em outros países latino-americanos e chegarmos ao ponto de revalorizar a ruralidade em todo continente.

A realização desse projeto só foi possível com a reunião de pessoas que conjugam experiência e conhecimento de forma magistral, o que se refletiu nos resultados que alcançamos e reunimos nesta publicação; e com instituições que mostram seu compromisso com a missão de trabalhar pela quantidade de vida dos brasileiros e sua contribuição para o planeta. Sem os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não teríamos chegado onde chegamos.

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