As novas formas de decisão e gestão das relações internacionais, chamadas igualmente de governança, demonstram uma perda de poder dos Estados perante os agentes econômicos privado. Será este o melhor caminho? Estamos diante de um processo irreversível no contexto da globalização mundial?
À medida que a riqueza e o poder emanam, de maneira crescente, de transações privadas que se desenvolvem acima das fronteiras dos estados, ao invés de no seu interior, torna-se mais difícil os estados se colocarem como atores principais em nível mundial. Na ordem mundial atual, o status político dos estados se encontra confrontado com o fato de que os agentes que gozam do maior poder econômico na cena internacional são as empresas transnacionais e os fundos de investimento e de pensão.
Este livro tem como tema central a globalização da economia na última década do século XX, buscando mostrar como o mundo em geral, o Cone Sul da América Latina e o Brasil em particular, reagiram e se organizaram para se adaptarem ao novo processo econômico na virada do século.
A obra está dividida em quatro capítulos. O primeiro abordado analisa o Mercosul como um instrumento regional de reação, junto ao Cone Sul da América, na busca de melhores condições para uma inserção consequente dos seus países membros na economia internacional. O terceiro capítulo analisa o Plano Real brasileiro, sob a ótica de um instrumento nacional para colocar o Brasil em condições econômicas de melhorar e auxiliar na construção do bloco regional e, com isso, inserir-se no contexto globalizado mundial. Por fim, o quarto capítulo traz à tona a análise da nova governança que se instala no mundo, nos diferentes setores da economia, na esteira do processo de globalização que leva à formação dos blocos econômicos que, por sua vez, exige planos de estabilização econômica estruturalmente profundos e nem sempre eficientes quando analisados sob o ângulo dos impactos socioeconômicos.
Argemiro Luís Brum
Argemiro Jacob era filho de José Brum e Carlota Brum, agricultores de imigração italiana que se estabeleceram na cidade de Ijuí, Rio Grande do Sul. Após cumprir todos os estudos básicos, cursou Filosofia e Letras na então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (FAFI), pioneira no ensino superior da Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Graduou-se em Administração de Empresas e em Tecnólogo em Cooperativismo em 1986, na Unijuí. Obteve o título de mestre em Economia no Institut national de la recherche agronomique em 1986. Obteve o título de doutor em Economia na École des hautes études en sciences sociales em 1996.
Foi professor do Ensino Superior, integrando o quadro docente da Unijuí tendo sido Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí e da Faculdade de Ciências Administrativas, Contábeis e Econômicas de Ijuí e Presidente da Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado – Fidene.