O nove de maio de 2000 é um dia qualquer em São Paulo. Os habitantes seguem realizando pequenos e grandes feitos cotidianos, protagonistas de uma narrativa subterrânea, que representa, ao fim e ao cabo, o próprio tecido da cidade. Para captar essa polifonia urbana, Ruffato estruturou seu romance em 70 episódios, cada qual com registro e fôlego próprios, alterando entre poesia, discurso publicitário, música, teatro e prosa, instantâneos de uma cidade que só se move deixando para trás um rastro de esquecidos. Ao jogar luz sobre esses anônimos, o autor iluminou também as circunstâncias em que eles se confrontam, em atos que se alteram entre a solidariedade e a frieza. Mais de uma década depois de sua publicação, ELES ERAM MUITOS CAVALOS segue um retrato atual e doloroso da vida na grande cidade.
Luiz Ruffato
Luiz Ruffato nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 1961. Formado em comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, é autor entre outros, da pentalogia Inferno provisório, do romance Estive em Lisboa e lembrei de você, Flores artificiais e De mim já nem se lembra, os três últimos pela Companhia das Letras. Vencedor dos prêmios APGA e Machado de Assis, Eles eram muitos cavalos foi considerado pelo jornal O Globo um dos dez melhores livros de ficção da década, e está publicado na França, Itália, Portugal, Alemanha, Colômbia e Argentina.