O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) é o sistema taxonômico oficial de classificação de solos do Brasil. É uma prioridade nacional compartilhada com várias instituições de ensino e pesquisa do País desde as primeiras tentativas de organização, a partir da década de 1970, com base em aproximações sucessivas, buscando definir um sistema hierárquico, multicategórico e aberto, que permita a inclusão de novas classes e que torne possível a classificação de todos os solos existentes no território nacional.
No período entre 1978 e 1997, foram elaboradas: a 1ª aproximação (Sistema…, 1980), a 2ª aproximação (Sistema…, 1981), a 3ª aproximação (Camargo et al., 1988a) e a 4ª aproximação (Carvalho et al., 1997), compreendendo discussões, organização, circulação de documentos para críticas e sugestões, assim como a divulgação, de início restrita, entre participantes e membros da comunidade científica, culminando com as publicações da 1ª, da 2ª, da 3ª e da 4ª edições do SiBCS (Sistema…, 1999; Santos et al., 2006, 2013, 2014), amplamente divulgadas nacional e internacionalmente e adotadas no Brasil.
O aperfeiçoamento permanente do SiBCS é um projeto nacional, de interesse e responsabilidade da comunidade de Ciência do Solo do País e é coordenado pela Embrapa Solos. Tem como fundamento as parcerias institucionais, os estudos anteriores e a evolução recente dos conhecimentos na área de Ciência do Solo.
Os pontos de referência iniciais para a 1ª e a 2ª edições foram a 3ª aproximação do Sistema (Camargo et al., 1988a) e as seguintes publicações: Mapa mundial de suelos (FAO, 1990), Référentiel pédologique français e Référentiel pédologique (Association Française pour L’Étude du Sol, 1990, 1995), Keys to soil taxonomy (Estados Unidos, 1994, 1998, 2006, 2010) e World reference base for soil resources(FAO, 1994, 1998, 2006). Esta edição do SiBCS é, à luz de conhecimentos e pesquisas geradas no País e no exterior (Estados Unidos, 1999; 2014; Isbell, 1996, 2016; IUSS Working Group WRB, 2015), o resultado de uma revisão e atualização dos parâmetros e critérios utilizados na 3ª e 4ª edições (Santos et al., 2013, 2014) e de aproximações anteriores, bem como da incorporação de sugestões e contribuições enviadas pela comunidade científica.
O projeto de desenvolvimento e validação do SiBCS está gerando ações em três instâncias de discussão e decisão, compreendendo grupos interinstitucionais organizados e atuantes em níveis nacional, regional e local e contando com equipes nas universidades, em instituições públicas estaduais ou federais e/ou instituições privadas, que têm trabalhado na execução de levantamentos de solos, na elaboração de dissertações e teses e em outras atividades relacionadas a esse tema.
A estrutura de trabalho atual é composta por um Comitê-Executivo Nacional assessorado por colaboradores regionais e núcleos locais de discussão das áreas de gênese, morfologia e classificação de solos.
Na 1ª edição do SiBCS, foram mantidas as 14 classes do 1º nível categórico da 4ª aproximação do sistema. Todavia, grande parte dos parâmetros e critérios utilizados na 4ª aproximação passou por muitas mudanças em seus conceitos e definições. Na 2ª edição, constam somente 13 classes de 1º nível categórico (ordens) em consequência da extinção da ordem Alissolos, de acordo com proposta de usuários do sistema, membros do Comitê Assessor Nacional e de Comitês Regionais, discutida e aprovada pelo Comitê-Executivo. Na presente edição, foram mantidas as 13 classes do 1º nível categórico.
As classes do 1º nível categórico (ordens) estão apresentadas alfabeticamente no Capítulo 3 (Conceito e definição das classes do 1º nível categórico) e nos Capítulos de 5 a 17. Nos Capítulos 1 e 2, foram feitas alterações nas definições de alguns atributos e horizontes, assim como a inserção de alguns caracteres.
No Capítulo 18, constam critérios e atributos taxonômicos para definição de classes do 5º nível categórico (famílias). Os critérios recomendados devem ser testados nas distintas classes de solos, verificando metodologias apropriadas e respostas em termos de importâncias agronômica e geotécnica e para fins diversos. O 6º nível categórico ainda está em fase de discussão. Para esses níveis categóricos, devem ser estimuladas ações de pesquisas nas instituições diversas.
A maioria dos anexos foi mantida de acordo com a 4ª edição, mas alguns foram atualizados, tais como Métodos de análises de solos adotados pela Embrapa Solos (Anexo D), Simbologia para as classes de 1º, 2º e 3º níveis categóricos(Anexo E), Ordenação de legenda de identificação de solos(Anexo G), Padronização das cores das classes de 1º e 2º níveis categóricos para uso em mapas de solos (Anexo H), e Correspondência aproximada entre classes de solos em alto nível categórico no SiBCS, WRB e Soil Taxonomy (Anexo J). Adicionalmente, foram inseridos os seguintes anexos: Classes de profundidade dos solos (Anexo A), Classes de reação dos solos (Anexo C) e Tipos de terreno (Anexo F).
As definições e notações de horizontes e camadas de solo são utilizadas de acordo com Carvalho et al. (1988) e os conhecimentos básicos de características morfológicas contidos na Súmula da Reunião Técnica de Levantamento de Solos (Reunião…, 1979b) e no Manual de descrição e coleta de solo no campo (Lemos; Santos, 1996; Santos et al., 2015). Em todo o texto, seguiram-se as designações do Sistema Internacional de Medidas, conforme Guide for the use of the International System of Units (SI) (Taylor, 1995).
Para Download da Publicação, clique aqui
Autores
Humberto Gonçalves dos Santos
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo, pesquisador da Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ
Paulo Klinger Tito Jacomine
Engenheiro-agrônomo, doutor honoris causa em Gênese, Morfologia e Classificação de Solos, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE
Lúcia Helena Cunha dos Anjos
Engenheira-agrônoma, doutora em Ciência do Solo, professora titular do Departamento de Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica, RJ
Virlei Álvaro de Oliveira
Engenheiro-agrônomo, doutor em Geociências e Meio Ambiente, pesquisador aposentado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiânia, GO.
José Francisco Lumbreras
Engenheiro-agrônomo, doutor em Planejamento e Gestão Ambiental, pesquisador da Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ
Maurício Rizzato Coelho
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo, pesquisador da Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ
Jaime Antonio de Almeida
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages, SC
José Coelho de Araújo Filho
Engenheiro-agrônomo, doutor em Geoquímica e Geotectônica, pesquisador da Embrapa Solos, Recife, PE
João Bertoldo de Oliveira
Engenheiro-agrônomo, doutor em Solos e Nutrição de Plantas, pesquisador aposentado do Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP
Tony Jarbas Ferreira Cunha
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo, pesquisador da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE