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A Diversidade da Agricultura Familiar

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A legitimação e projeção social e política da agricultura familiar é um fenômeno incontestável no Brasil e representa a expressão da capacidade de mobilização, protesto e ações dos próprios agricultores, o que é reconhecido pelas políticas governamentais e transformado em tema para reflexão pelos cientistas sociais.

Do ponto de vista analítico e teórico, o estudo da agricultura familiar requer uma análise multidimensional da diversidade das formas sociais familiares, a começar pelo estudo da organização do trabalho e da produção e sua relação com a natureza, passando pelo entendimento dos mecanismos de construção das estratégias de interação com o ambiente social e econômico e aprofundando-se na compreensão dos aspectos culturais e simbólicos que caracterizam as suas relações domésticas (parentesco e gênero) assim como os múltiplos meios de exercício da ação política.

Os trabalhos que compõem esse livro possuem em comum a ideia de que as significativas diversidade e heterogeneidade da agricultura familiar não devem ser encaradas como um obstáculo ao desenvolvimento. Ao contrário, o que os estudos demonstram é que o desenvolvimento rural é tributário destas diferenças e dos diversificados mecanismos através dos quais os agricultores conseguem viabilizar suas condições de vida e criar espaço para garantir sua reprodução material, social, política e cultural.

SERGIO SCHNEIDER:

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Professor Titular da UFRGS e Bolsista PQ-1D/CNPq. Doutor, Mestre e Bacharel em Sociologia. Pós-doutor na City University of London com o Prof. Tim Lang (2015- 2016 e no Institut of City and Regional Planning, na Cardiff University/Wales/UK, com Terry Marsden (2007-2008). Membro permanente dos Programa de Pós- Graduação em Sociologia (PPGS) e Desenvolvimento Rural (PGDR), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Leciona sociologia do desenvolvimento rural e da alimentação. Consultor de organizações nacionais e internacionais (FAO, WHO, FIDA, CEPAL, CIRAD, RIMISP) em desenvolvimento rural, agricultura e alimentação. Foi presidente da SOBER e Vice-Presidente da ALASRU (Associação Latinoamericana de Sociologia Rural). 

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