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O sol na cabeça – Geovani Martins


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EXEMPLARES 05

Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI.
Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul. Em “A história do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a mira dos fuzis dos traficantes locais.
Nesses e nos outros contos, chama a atenção a capacidade narrativa do escritor, pintando com cores vivas personagens e ambientes sem nunca perder o suspense e o foco na ação. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, O sol na cabeça surge como uma mais que bem-vinda novidade.

Geovani Martins (Rio de Janeiro18 de julho de 1991) é um escritor brasileiro].

Nasceu em Bangu, na Zona Oeste da cidade. Estudou apenas até a oitava série, trabalhando em seguida como homem-placa e atendente de lanchonete, entre outros. Morou nas favelas da Rocinha e Barreira do Vasco, antes de ir para o Vidigal. Participou das oficinas da Festa Literária das Periferias (Flup) em 2013 e 2015. Em 2015 apresentou na FLIP a revista Setor X, que publicava textos seus e de outros escritores de favelas do Rio. Foi convidado a voltar a Paraty em 2017, quando assinou contrato com a Companhia das Letras para lançar seu primeiro livro, O Sol na Cabeça. Antes mesmo da publicação, a coletânea de contos foi vendida para editoras de nove países, entre elas Farrar, Straus & Giroux (EUA), Faber & Faber (Reino Unido), Suhrkamp (Alemanha) e Mondadori (Itália)[]. Os direitos de adaptação para o cinema também foram negociados, com o cineasta Karim Aïnouz à frente do projeto.

Entrevista com o autor Geovani Martins sobre o livro

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