A goiabeira (Psidium guajava L.) é nativa da América do Sul (RISTERUCCI et al., 2005), de onde foi levada, pelos navegantes europeus, para as colônias africanas e asiáticas, tendo se espalhado para todas as regiões tropicais. A goiabeira ocupa lugar de destaque entre as frutas tropicais brasileiras, posição garantida pelo seu agradável aroma e sabor peculiar, e também pelo seu elevado valor nutricional. Além de ser consumida in natura, a goiaba é utilizada na indústria de processamento de sucos, néctares, polpas, sorvetes, geleias e compotas, bem como serve de ingrediente na preparação de iogurtes, gelatinas e, recentemente, de molho agridoce (guatchup).
A goiaba é importante fonte de vitamina C, cujo teor, nessa fruta, 12 é seis a sete vezes maior que em outros frutos cítricos. Contém altos teores de açúcares, vitamina A e vitaminas do grupo B, como a tiamina e a niacina, além de teor significativo de fósforo, potássio, ferro e cálcio, sendo também rica em fibras. O comércio internacional da goiaba brasileira e seus derivados é tímido se comparado à dimensão da exportação brasileira de outras frutas, como a banana, a laranja e a uva.
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Um dos motivos a justificar esse baixo desempenho é a preferência do consumidor estrangeiro pela goiaba de polpa branca, em desacordo com a tendência da produção brasileira de goiaba, praticamente direcionada à produção de frutos de polpa vermelha, para atender à preferência do povo brasileiro (ANUÁRIO…, 2002). Segundo dados do Agrianual (2008), o Brasil produz em torno de 345.500 t 13 de frutos por ano, numa área de cerca de 16 mil hectares, destacando-se como um dos maiores produtores mundiais. Os estados de São Paulo, Pernambuco, Goiás e Bahia respondem por mais de 70% da produção nacional (IBGE, 2008). O Semiárido Nordestino é um importante polo de produção de frutas, onde a goiaba é uma ótima opção para a diversificação da fruticultura regional. A plantação do Vale do São Francisco, por exemplo, ocupa uma área de aproximadamente 5 mil hectares.
Nessa região, os principais produtores são os estados de Pernambuco (4.512 ha) e Bahia (883 ha) (AGRIANUAL, 2008). Entretanto, com a crescente expansão dos polos de irrigação na região Semiárida do Nordeste, estão surgindo polos de produção de goiaba em outros estados, principalmente no Ceará e no Rio Grande do Norte. Para aumentar a oferta de produtos de qualidade e, assim, expandir a comercialização de goiaba nos mercados interno e externo, o setor precisa superar alguns obstáculos, entre os quais ganham destaque: a ausência de tecnificação do cultivo, a falta de divulgação do produto em importantes centros de consumo e as débeis estratégias de comercialização. Esperando contribuir para a sustentabilidade e o crescimento desse importante segmento do agronegócio regional, a Embrapa Semiárido, por intermédio deste livro, coloca à disposição de produtores e técnicos interessados na cultura da goiaba informações gerais sobre preparo de solo, técnicas de plantio, manejo da cultura, tratos fitossanitários, colheita, pós-colheita, processamento da fruta e comercialização.