Esta publicação reúne pela primeira vez, os quinze livros de poesia publicados em vida por Mario Quintana (A rua dos cataventos, Canções, Sapato florido, O aprendiz de feiticeiro, Espelho Mágico, Caderno H, Apontamentos de história sobrenatural, A vaca e o hipogrifo, Esconderijos do tempo, Baú de espantos, Da preguiça como método de trabalho, Preparativos de viagem, Porta giratória, A cor do invisível Velório sem defunto), o livro póstumo Água e os cinco livros de poemas para a infância – O batalhão das letras(1948), Pé de pilão(1975), Lili inventa o mundo(1983), Sapo amarelo(1984), Sapato furado(1994). Destes, somente O batalhão das letras e Pé de pilão são compostos exclusivamente de poemas anteriormente publicados em outros livros, com alguns poucos que ali se editaram pela primeira vez. Na seção “Poemas para a infância” consta a indicação dos textos inéditos de cada livro. Decidiu-se pela publicação integral dos livros infantis por julgar-se que os poemas, mesmo tendo sido publicados antes, ganham em cada conjunto outro sentido e nova configuração.
Não foram aqui acolhidas as quatorze antologias, elaboradas com base na obra do autor. Todos os poemas das antologias, esmo aqueles que inicialmente foram a elas integrados como inéditos, estão hoje incorporados em seus livros. não obstante, haverá ainda, nesta edição, certas repetições de poemas que, ora sob formulação diversa, ora em transcrição exata, foram pelo próprio autor inseridos em distintos livros.
Feitas essas observações, pode-se considerar este volume como poesia completa em verso e prosa, pois é constituído de todos os seus livros publicados.
Nesta edição, foi feita a atualização ortográfica, quando não causava alteração na contagem e no ritmo dos versos, ou quando não esbarrava no uso consagrado pelo autor, como também se procurou corrigir os erros tipográficos e lapsos de edições anteriores. preservaram-se as alterações introduzidas em alguns poemas em busca de um texto fiel ao desejo do autor. Do mesmo modo, conservou-se a grafia de seu nome, sem acento, como sempre foi por ele utilizada. os estrangeirismos, que deveriam aparecer em grifo por força da boa norma contemporânea, não foram assim tratados por respeito à vontade expressa do autor.
Ao reunir num volume, com adequado aparato crítico, a produção poética de Mario Quintana, a Editora Nova Aguilar homenageia uma obra construída ao longo de mais de cinquenta anos por um dos grandes líricos da poesia brasileira, cujo centenário de nascimento será comemorado em 2006, e que estava à espera de uma edição que permitisse a visão do conjunto de sua obra.