A maior sensibilidade de um dos maiores poetas brasileiros. O mundo poético deste livro é feito de ternura, melancolia, lirismo, nostalgia da infância e um humor irônico transparente. É uma coletânea do melhor da obra deste poeta, um dos maiores da poesia brasileira de todos os tempos. Um livro pra não se perder, da juventude à velhice.
Nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul, em 1906, Mario Quintana faleceu em Porto Alegre, em 1994. Em 1925, entrou no setor de literatura estrangeira da Livraria do Globo. Em 1929, começou a escrever no diário gaúcho O Estado do Rio Grande. No ano seguinte, já estava publicando seus poemas na Revista do Globo e no jornal Correio do Povo.
Além de publicar vários livros de poesias, Mario Quintana dedicou-se também à tradução de clássicos franceses e ingleses, como Proust, Balzac, Voltaire, Maupassant, Virginia Woolf, Charles Morgan.
Leia abaixo um dos poemas do livro Nariz de Vidro ou procure o livro completo para a leitura em nossa biblioteca.
O Circo o menino a vida A moça do arame equilibrando a sombrinha era de uma beleza instantânea e fulgurante! A moça do arame ia deslizando e despindo-se. Lentamente. Só para judiar. E eu com os olhos cada vez mais arregalados até parecem dois pires: Meu tio dizia: "Bobo! Não sabes que elas sempre trazem uma roupa de malha por [baixo?" (Naqueles voluptuosos tempos não havia maiôs nem [Biquínis...) Sim! Mas toda a deliciante angústia dos meus olhos [Virgens segredava-me sempre: "Quem sabe?..." Eu tinha oito anos e sabia esperar. Agora não sei esperar mais nada Desta nem da outra vida, No entanto o menino (que não sei como insiste em não morrer em mim) ainda e sempre apesar de tudo apesar de todas as desesperanças, o menino às vezes segreda-me baixinho "Titio, quem sabe?..." Ah, meu Deus, essas crianças!
Mario Quintana
Mário Quintana foi um importante escritor, jornalista e poeta gaúcho. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906. Trabalhou também como tradutor de importantes obras literárias. Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição técnica.Em 1919, mudou-se para a cidade de Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de ensino que começou a escrever seus primeiros textos literários. Em 1925, voltou para a cidade de Alegrete e passou a trabalhar na farmácia do pai.
Em 1926, sua mãe (Virgínia de Miranda Quintana) faleceu e no ano seguinte foi seu pai (Celso de Oliveira Quintana) que faleceu.Já na fase adulta, Mário Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar na tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf.
Com 34 anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em 1940, publicou seu primeiro livro com temática infantil: “A rua dos cataventos”. Volta a publicar um novo livro somente em 1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança “Sapato Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mário Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras.
Ainda em vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No centro velho da capital gaúcha é montado, no prédio do antigo Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de Casa de Cultura Mário Quintana.Mario Quintana não se casou e também não teve filhos. Faleceu na capital gaúcha no dia 5 de maio de 1994, deixando uma herança de grande valor em obras literárias.