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Poesia Completa, Teatro e Prosa – Ferreira Gullar

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“Ferreira Gullar: Poesia Completa, Teatro e Prosa” (Nova Aguilar, 2008) apresenta a extraordinária e multifacetada obra de Ferreira Gullar em uma edição à altura de sua importância. Está reunida aqui toda a produção poética do autor e também obras selecionadas de sua produção teatral e em prosa.

A organização da compilação é do acadêmico Antonio Carlos Secchin, que também assina o prefácio. Chama atenção a inclusão de “Um Pouco Acima do Chão”, primeiro livro de Gullar, que ele lançou aos 19 anos, em 1949, e que nunca havia sido reeditado comercialmente. “Ainda tinha formação parnasiana, falava em decassílabos. Estou ali, não nego, mas ainda chupando dedo”, diz Gullar.

O volume traz também escritos inéditos, incluindo o poema “Uma Corola”. Na seção de teatro, há dois textos rigorosamente inéditos: “Romance Nordestino” uma peça divertida de linguagem popular escrita em 1983, e a mais recente “O Homem Como Invenção de Si Mesmo”.

 

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Ferreira Gullar (1930-2016), pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, foi um poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro. Abriu caminho para a “Poesia Concreta” com o livro “A Luta Corporal”. Organizou e liderou o movimento literário “Neoconcreto”. Recebeu o Prêmio Camões, em 2010. Em 2014, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ferreira Gullar (1930-2016) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930. Iniciou seus estudos em sua cidade natal. Com 13 anos passou a se dedicar à poesia. Com 18 anos começou a assinar Ferreira Gullar e publicou seu primeiro livro de poesias intitulado “Um Pouco Acima do Chão”. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde atuou como jornalista. Participou do Centro Popular de Cultura da extinta União Nacional do Estudante.

Ferreira Gullar iniciou sua obra sob os princípios da poesia concreta, logo deixou os vanguardistas de São Paulo, numa luta para construir uma expressão própria. Em 1954 escreveu a “A Luta Corporal”, livro que prenunciava a Poesia Concreta. Em 1956, depois de participar da primeira exposição de Poesia Concreta, realizada em São Paulo, organizou e liderou o grupo “Neoconcreto”, no qual participaram Lígia Clark e Hélio Oiticica. Após romper com os concretistas, aproxima-se da realidade popular e do pensamento progressista da época, todo ele ligado ao populismo. Ferreira Gullar presidia o Centro Popular de Cultura da UNE, quando em 1964, veio o golpe militar. Filiado ao PC e um dos fundadores do grupo Opinião, foi preso e viveu fora do país de 1971 a 1977. Esteve exilado em Paris e depois em Buenos Aires.

Em 1976, publica o “Poema Sujo”, escrito em 1975, no exílio em Buenos Aires, que representa a solução dos problemas vividos por todos os intelectuais do período, que viram seus ideais populistas serem sufocados pela revolução de 1964. Em 1977 é absolvido pelo STF e retorna ao Brasil. Para o teatro, Ferreira Gullar escreveu, em 1966, em parceria com Oduvaldo Vianna Filho, a peça “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”. Em parceria com Arnaldo Costa e A.C. Fontoura, escreveu, em 1967, “A Saída? Onde Fica a Saída?”. Junto com Dias Gomes, em 1968, escreveu “Dr. Getúlio, Sua Vida e Sua Glória”. Para a televisão, colaborou para as novelas Araponga em 1990, Irmãos Coragem, em 1995 e Dona Flor e Seus Dois Maridos, em 1998.

Ferreira Gullar ganhou diversos prêmios de literatura, entre eles, o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2007, com “Resmungos”. Também teve reconhecimento com Prêmio Camões, em 2010. No mesmo ano, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da UFRJ. Em 2011, recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia. No dia 9 de outubro de 2014, Ferreira Gullar foi eleito para a cadeira nº 37 da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro desse mesmo ano realizou a exposição “A Revelação do Avesso” onde apresentou 30 quadros feitos a partir de colagens com papel colorido, que foram produzidas como passatempo. A mostra foi acompanhada por um livro com fotos da coleção completa e também com poemas do autor.

Ferreira Gullar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro de 2016.

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