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Caramuru, poema Épico do Descobrimento da Bahia – Santa Rita Durão

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O poema Caramuru narra o descobrimento da Bahia, o naufrágio de Diogo Álvares Correia e seus amores com as índias, sobretudo com Paraguaçu. O material é amplo: tem desde fatos da história do Brasil, o temperamento indígena, até lendas.

A narrativa é enriquecida com referência a fatos históricos desde o Descobrimento até a época do autor, dando-se grande relevo também à matéria descritiva e informativa. Caramuru é a primeira obra a ter como tema o habitante nativo do Brasil.

Santa Rita Durão penetra na vida do índio com intento analítico diferente do devaneio lírico dos contemporâneos. A fantasia a que se abandona é com efeito precedida pela descrição dos costumes, das técnicas, dos ritos, tão exata quanto possível no seu tempo.

Numa camada mais profunda que o nativismo e o indianismo, o que verdadeiramente anima a epopeia do frade mineiro é a sua visão do mundo, ou seja, a inspiração religiosa (religião como ideologia). Esta consiste em justificar e louvar a colonização como empresa religiosa desinteressada, trazendo a catequese para o primeiro plano e com ela cobrindo os aspectos materiais básicos. A visão laica e civil do Uraguai e dos poemas satíricos é aqui banida, fazendo do Caramuru o antagonista ideológico da melhor linha mental na literatura comum.

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Santa Rita Durão (1722-1784) foi um religioso brasileiro. Poeta e orador foi um dos grandes representantes da poesia épica brasileira na época da colonização. Santa Rita Durão ou Frei José de Santa Rita Durão (1722-1784) nasceu em Cata Preta, nos arredores de Mariana, em Minas Gerais, no ano de 1722. Estudou com os jesuítas no Rio de Janeiro. Foi pra um seminário na Europa e nunca mais voltou ao Brasil. Santa Rita Durão formou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade de Coimbra, alcançando o título de doutor. Durante a repressão do “período pombalino”, Durão foi para a Itália onde passou vinte anos. De volta a Coimbra, após a reforma realizada pelo Marquês de Pombal, passou a lecionar Teologia na Universidade de Coimbra e posteriormente foi nomeado Reitor da mesma Universidade.

Em homenagem à sua terra natal, o Brasil, escreveu o poema épico tomando como tema central as aventuras meio lendárias meio históricas de Diogo Álvares Correia, o “Caramuru”, palavra traduzida pelo autor com “filho do trovão”, apelido que segundo ele, os índios tupinambás deram ao náufrago portugues quando o viram usar a arma de fogo. O poema “Caramuru” conta a história da Bahia e o retrato do descobrimento do Brasil nos primeiros momentos da chegada dos colonizadores.

O poema épico “Caramuru” (1781) foi dedicado a D. José I, a quem solicita atenção ao Brasil e aos indígenas. Para realização de sua obra pede inspiração a Deus. O poema épico é composto de dez cantos e cada canto é formado de estrofes de oito versos decassílabos. Do ponto de vista histórico, o poema tem importância pelo destaque que dá à natureza brasileira. Conta a lenda que Diogo Álvares Correia, tendo naufragado nas costas da Bahia, com outros viajantes, foi recolhido pelos índios tupinambás. O cacique deu-lhe como esposa a filha Paraguaçu, mas Diogo Álvares Correia decide não se unir a ela antes de oficializar o casamento na Igreja Católica. Resgatado por um navio francês, Diogo embarca para a França levando Paraguaçu que vai ser batizada para enfim, se casar com ele.

A composição, escrita no estilo de Luís de Camões, é de caráter informativo, constituindo-se num verdadeiro registro histórico dos usos, costumes, crenças e temperamento dos índios brasileiros. A obra é preenchida com descrições sobre o Brasil, sua exótica paisagem da natureza tropical e suas riquezas. Conta-se que a obra não foi bem recebida e que Durão destruiu várias poesias líricas já terminadas.

Santa Rita Durão faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 24 de janeiro de 1784.

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