Sistema de coleta e reaproveitamento de água do CAFW
- Quarta, 19 Setembro 2012 14:02
Desde o ano de 2007 o CAFW possui um sistema de coleta de água da chuva, instalado no prédio do refeitório, com uma capacidade de armazenamento de 500m³ de água, que é utilizada para irrigação no setor de olericultura. Esse sistema de tratamento, que conta com coleta de água da chuva e também de águas de açude, faz parte de um conjunto de providências que estão sendo implementadas para resolver o problema crônico de falta de água do Campus de Frederico Westphalen e ainda será preparado para ser utilizado para consumo humano.
Agora, este aparelho de coleta foi implantado também no prédio central, com 4 caixas d’água de 5 mil litros cada uma. Essas coletas pluviais têm um determinado custo inicial de instalação ou pouco elevados, mas em curto prazo estes valores são recuperados, desde que o regime de chuvas se normalize.
“Estou há vários anos tentando implantar esta estação de tratamento, pois frequentemente temos problemas com os poços artesianos, como a queima de bombas e a insuficiência de fornecimento desses poços. Esses problemas não tinham nenhuma solução imediata mesmo que fosse apenas um dano em uma bomba, pois os serviços de recuperação demoravam alguns dias, causando racionamento e até suspensão das atividades escolares”, coloca o Técnico em Eletrotécnica do CAFW, Carlos Alberto Trevisan.
Desta forma, o aproveitamento de águas de superfície é de muita importância para o colégio por vários motivos, dentre eles, a solução rápida de possíveis danos no sistema, o fato de que as águas de superfície recuperam-se rapidamente após as chuvas, ao contrário das águas de subsolo; ainda, apesar da longa estiagem, o campus de Frederico Westphalen é privilegiado nas águas superficiais, ao contrário das águas de subsolo. Ainda, Carlos coloca que: “temos uma extensa área de telhados passíveis de serem usados para a coleta de águas pluviais”.
O sistema funciona da seguinte maneira: para as águas dos açudes, a primeira etapa é o clareamento, que consiste na adição de corretor de Ph e Floculante. Com isso há a separação do lodo que depois é descartado passando antes por um sistema de filtragem. A água clareada é transportada para o deposito térreo principal do CAFW, onde se mistura com as águas de poços artesianos e pluviais. A partir desse depósito, todas as águas hoje consumidas passam por um sistema de filtragem sob pressão, construído com leito de cristais de quartzo, carvão ativado e aluminisilicato, para remoção de resíduos sólidos e alguns componentes químicos e biológicos. Após a filtragem é adicionado o hipoclorito de sódio para concluir o tratamento biológico.Esse sistema é similar ao usado pela CORSAN, que utiliza os mesmos produtos, apenas funciona em ciclos e não continuamente. É portanto um sistema seguro e legalmente aprovado.
A água da chuva, que é coletada por calhas, não precisa passar pelo sistema de clareamento, pois é isenta de resíduos sólidos, já que passa por um sistema que descarta as primeiras águas (no mínimo 2 mm), que trazem os resíduos depositados nos telhados e mesmo a poeira do ar. Assim, passa apenas pela filtragem e cloração, sendo armazenadas em depósitos de PEAD ou de fibra de vidro. Esse sistema ainda não está totalmente concluído, mas as águas coletadas estão sendo utilizadas para limpeza. Também foram instalados nos últimos dias uma adutora que trará água de um poço artesiano próximo ao setor de suinocultura, atestado pela CORSAN com o melhor poço a disposição do CAFW.
A outra parte das águas é coletada em um açude próximo ao setor de avicultura que é abastecido principalmente por uma fonte abrigada na mata nativa do colégio. “Há poucos dias fizemos uma limpeza em outro açude que está na sequência e que servirá também para a mesma finalidade. Nas áreas limítrofes destes açudes, estaremos implantando um sistema de recuperação com espécies nativas para proteção do manancial”, comenta Carlos.
Para a realização deste serviço, foi contratada por dispensa de licitação uma empresa especializada devidamente credenciada no Conselho Regional de Química, e o processo implantado também é reconhecido nesse conselho. Dentro de 60 dias, a empresa fará análises químicas e biológicas das águas para atestar sua potabilidade. Carlos, que foi treinado pela empresa contratada para atuar neste sistema e que conta com a ajuda do funcionário terceirizado Mateus, ainda destaca que: “estamos encaminhando um processo de licitação para contratação de uma empresa especializada, para que após este período, assuma a responsabilidade técnica sobre a qualidade do processo, enquanto não tivermos no quadro de servidores um profissional habilitado. Cabe ressaltar que só a partir da instalação do sistema, toda a água consumida no CAFW passou a ser tratada conforme as normas vigentes”.
Ainda há previsão de instalação futura deste sistema em outros prédios.