Mais de 4mil Vagas Estão Abertas no RS nas Empresas de TI
- Quarta, 17 Novembro 2010 12:35
A segurança e o panorama da tecnologia de informação mundial, Brasil e Rio Grande do Sul foram os temas centrais das palestras ministradas no I Encontro Anual de Tecnologia da Informação (EATI), evento institucional realizado no auditório do Colégio Agrícola da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen (CAFW), que se realizou de 08 a 11 de novembro.
Encerrando a Semana Acadêmica de TI, o gerente comercial da Interage Informática, Luís Roberto Viega, apresentou dados sobre segurança e uso da internet pelos colaboradores durante o horário de trabalho no Brasil. Um desses dados aponta que cerca de 20% do tempo dos colaboradores nas empresas são dedicados a interesses particulares, como, por exemplo, acesso à e-mail, MSN, Orkut, links no twitter, facebook e sites pornôs. Comportamento que coloca em risco os dados e informações confidenciais das empresas e causa prejuízos incalculáveis, até intangível, afirma Viega.
Por meio de trocas de mensagens instantâneas, envio de e-mail ou navegação, podem abrir as portas dos sistemas de comunicação da organização facilitando a instalação de diversos vírus, tais como, Worms, Cavalo de Tróia, Dialers Jokers, Key Logger _registra as teclas digitadas capturando as senhas ou fotografando a área em torno das digitações na tela, e raramente o anti-vírus o detecta _, Rookit e Spywares que são códigos espiões. A entrada destes ocorre quando são abertos e-mails denominados pelas empresas de segurança da informação de malwares, que tem a intenção de capturar dados. Segundo a empresa Macaffe, surgem de 30 a 40 ameaças por minutos, que visam captar senhas, contas bancárias e dados pessoais.
Pesquisas divulgadas por Viega no EATI apresentou o cenário da segurança virtual brasileiro. Apontou, com base em seus dados, que o país foi responsável por 14% da atividade global de computadores zumbis. Estes computadores são máquinas controladas à distância, normalmente, utilizada por criminosos para ataques ou transações ilegais, sem que os proprietários saibam. Apesar das técnicas de ação dos hackers não serem desenvolvidas no Brasil, 40% dos ataques partem daqui, afirma o palestrante. No país, segundo pesquisas, o local de trabalho é o 3º lugar para o acesso à internet. No ambiente profissional, diariamente, o colaborador desperdiça entre 1 hora e 20 minutos a 2 horas e seis minutos para fins pessoais sem vínculos profissionais. Esses hábitos facilitam que os IPEs das corporações sejam utilizados, involuntariamente. Basta um clik, aparentemente ingênuo, para que códigos virtuais maliciosos sejam instalados nas máquinas e redes corporativas, e a partir dali efetuar ataques a terceiros.Situação que, em uma eventual investigação, é difícil identificar os verdadeiros responsáveis externos, apesar dos rastros deixados, pois as invasões são feitas através de acesso remoto, ou seja, à distância.
O mau uso da internet pode gerar, ainda, consequências jurídicas para a empresa, pois o empregador responde diretamente por todas as ações de seus empregados durante o horário de trabalho, segundo os artigos 186, 187, 927 e 932 do Código Civil Brasileiro. Podem causar danos à imagem e reputação da empresa, isso acontece quando sua base de clientes são roubadas e disponibilizadas na internet. Outro problema causado pelo mau uso da internet é perda de produtividade e o desrespeito aos direitos autorais, pois os colaboradores a utilizam para fins pessoais como baixar filmes, música, jogos e outras diversões. Um estudo da BSA indica que 41% dos softwares espalhados pelo mundo são pirateados.
Estudos apontam que 97% das empresas mundiais tem a internet como ferramenta estratégica para os negócios. Diante desse dado, Viega afirma que os gestores de informação têm um grade desafio, que é o de implantar melhores práticas de uso consciente da internet, pois não adianta ter tecnologia, é preciso adotar melhores práticas de gestão e avaliação do controle interno do uso da internet. “As empresas precisam de pessoas, processos, metodologia de trabalho e gestão. Sem essas premissas de nada adianta ter tecnologia,” ressalta o palestrante. Um exemplo citado e questionado por Roberto Viega é o caso do Banco PanAmericano. “Será que eles implementaram as melhores práticas de gestão? Na parte de integridade das informações? E, ainda, que pelo menos 60% das ações foram compradas pela Caixa Econômica Federal. O Banco passou por uma auditoria e mesmo assim acharam um grande furo contábil.”
Quanto à tecnologia de prevenção, Viega afirmou que já existem softwares que possibilitam aos empresários acompanhar, gerenciar e controlar a utilização da rede de internet em sua empresa de qualquer lugar que se tenha acesso à rede de internet. São ferramentas com plataformas web, que possibilitam bloquear sites, recursos, gerar alertas e monitorar as boas práticas do uso da internet durante o trabalho em tempo real. Se, por exemplo, alguém acessar o site da Play boy, ou falar da empresa ou concorrentes ou, ainda, utilizar os buscadores, vídeos, e-mail e conversas no MSN o gerente de TI consegue saber quem o fez, por quanto tempo ou até bloquear envios de dados. Mas tudo isso deve estar estabelecido na política de proteção à informações da empresa.
Para proteger as informações do computador e empresa
Viega faz as seguintes recomendações: utilizar software de proteção (antivírus e antispam), manter todos os programas atualizados. Atualizar os programas de proteção e as assinaturas de vírus do seu antivírus. “É importante navegar consciente na rede, assim como se dirige no trânsito”. Evitar sair clicando compulsivamente, não clicar em links recebidos por e-mail ou mensagens instantâneas. Acrescenta, que se o computador estiver reiniciando automaticamente, lento ou com erros diversos, deve executar o antivírus. E, se os problemas persistirem o ideal é reinstalar o sistema operacional e os aplicativos. Recomenda, também, não restaurar os backups antigos. Evitar divulgar dados pessoais na rede ou em e-mails (senha, número de contas, telefones e endereço de e-mail). Se ninguém diria essas informações a estranhos na rua, porquê faria na internet? Utilize e-mails diferentes para trabalho, compras, usos pessoais e cadastros pessoais. Assim, você possuirá alguns e-mails públicos e outros serão restritos a trabalhos e amigos. Evite e-mails com nomes simples como nome pessoal, para não serem utilizados por spamers, espalhando lendas urbanas.
Mercado e oportunidades em Tecnologia de Informação
O empresário e diretor de interiorização do Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (SEPROGRS), Paulo Rocha fez explanações sobre o mercado de Tecnologia de Informação (TI) e sobre o Sindicato. Afirma que a maior preocupação, atual, é com a falta de recursos humanos preparados para atuar na área. “A situação é tão crítica, que já há incentivos e ações sendo desenvolvidas para descobrir talentos e aptidões à área de informática, junto às crianças e adolescentes de ensino médio, para no futuro, garantir mão-de-obra,” afirma Rocha.
No Rio Grande do Sul são 17 mil empresas em informática, destas, 362 são associadas ao SEPROGRS. O objetivo do sindicato é, assim como todos os demais, representar os interesses coletivos e acompanhamento das leis de interesse do setor em todas as instâncias, municipal, estadual e federal. Como, por exemplo, a redução do imposto, enfatiza Paulo Rocha.
Sobre o surgimento e desenvolvimento de empresas em Tecnologia de Informação no Rio Grande do Sul, a saída encontrada é a formação de parques tecnológicos. “Estes, há algum tempo, tem sido o modelo apropriado para a criação e desenvolvimento delas”, acrescenta o palestrante.
Quanto às mudanças no mercado, Paulo Rocha, vê positivamente. Segundo o mesmo, TI não é mais vista como atividade meio, mas estratégica para o desenvolvimento e crescimento das organizações. Nesse sentido, os profissionais de TI tornaram-se estratégicos nos organogramas das empresas. É por meio das tecnologias de informação que as empresas reagem como mais agilidade às mudanças que, frequentemente, ocorrem em diversos ambientes que a circula e da qual depende. Muitas empresas consumidoras de TI vêm optando por terceirizar estes serviços, o que parece ser uma tendência, informa Rocha.
De acordo com os dados do SEPROGRS, os indicadores econômicos do setor são promissores, tanto mundial como os brasileiros. Os dados apontam o Brasil como o 12º lugar no mundo em consumo de softwares, com 1,68%. Os maiores consumidores mundiais de TI são, respectivamente, EUA, Japão, Reino Unido, China. Mas, acreditam que a China até 2013 será o segundo, ficando atrás apenas do EUA. Sobre exportações, salientou Rocha, que o BR exportou 2 bilhões de dólares neste último ano, contra 50 bilhões de dólares exportados pelos indianos, principalmente para o EUA. Aqui no Brasil, têm acontecido fusões, vendas e aquisições de organizações em TI. Google, IBM e SAP foram às principais a efetuarem investimento, comprando empresas brasileiras. Por exemplo, recentemente a Google comprou uma empresa encuba na UNISINOS, em São Leopoldo.
Sobre oportunidades, Rocha afirma que a obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica criou oportunidades para empresas de TI aumentando as vendas de pacotes de gestão. Redução da participação de empresas públicas no mercado privado, como é o exemplo da PROCERGS que agora está voltada para área pública do estado.
Desafio:
No Brasil são 30 mil vagas em aberto só neste ano e no RGS são mais de 4 mil. Estes dados comprovam que mão-de-obra é o maior problema enfrentado pelas empresas de TI no Brasil para conseguirem atender às demandas.
No Brasil são 30 mil vagas em aberto só neste ano e no RGS são mais de 4 mil. Estes dados comprovam que mão-de-obra é o maior problema enfrentado pelas empresas de TI no Brasil para conseguirem atender às demandas.