“Formei-me em Letras e na bebida busco esquecer.”
Ainda se curando da ressaca do fim de semana, na manhã de um terça-feira o funcionário de uma pequena editora recebe um envelope branco, endereçado com letras de mãos trêmulas. Dentro, as primeiras páginas de um livro de confissões escrito por uma certa Ariadne, que promete contar sua história com um amante secreto e depois se suicidar. Atormentado por sonhos românticos, esse boêmio frustado com seu casamento e infeliz no trabalho decide tomar uma atitude: descobrir quem é Ariadne e, se possível, salvá-la da morte anunciada.
Quando chegou o primeiro envelope branco na editora, por pouco ele não o lançou direto no lixo. Frustado na vida profissional, desiludido com as mulheres e de ressaca, esse infeliz funcionário não costuma ter boa vontade com a humanidade. Mas algo chama atenção – a letra trêmula, a florzinha no lugar do pingo do i – e assim o envelope branco pousa em sua vida como um pássaro perdido.
Amante de histórias policiais, o editor fica fascinado pelo texto assinado por Ariadne, apesar de seus erros gramaticais e a falta absoluta de vírgulas. Ela ameaça contar toda sua história secreta, para depois se suicidar. Inspirado por John le Carré, ele vai convencendo seus amigos de bar a acompanhá-lo numa missão tão fascinante quanto patética: ir a Frondosa, capturar Ariadne e salvar sua vida.
Mas quem é Ariadne? Na mitologia Grega, a filha de Minos, rei de Creta, ajuda Teseu a sair do labirinto depois que ele mata o Minotauro. O escritor Luis Fernando Veríssimo, um dos autores de humor mais criativos e respeitados do país, recupera o mito para enredar seu personagem e fazê-lo sair de sua inércia, do seu mau humor com o mundo, para tentar salvar Ariadne, ou a si mesmo, do destino trágico.
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